A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a decisão do governo dos Estados Unidos de interromper o financiamento para programas de HIV pode representar uma ameaça significativa à saúde global. A medida afeta especialmente os países de baixa e média renda, como o Brasil, que dependem de iniciativas como o Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da AIDS (PEPFAR). A suspensão coloca em risco mais de 30 milhões de pessoas que dependem desses programas para o acesso a tratamentos antirretrovirais essenciais, podendo resultar em um retrocesso de décadas no combate à doença.
Além disso, o corte de recursos já causou o fechamento de clínicas e a suspensão de serviços em países da África, como a África do Sul e a Nigéria, onde os impactos financeiros são severos. No Brasil, o PEPFAR desempenha um papel fundamental na prevenção e tratamento do HIV, financiando ações como a distribuição de autotestes e a implementação de projetos de conscientização, em colaboração com instituições como a Fiocruz. A interrupção desse apoio ameaça a continuidade dessas iniciativas, embora o Ministério da Saúde não tenha se pronunciado oficialmente sobre as consequências no país.
O cenário no Brasil revela que a epidemia de HIV continua a afetar milhares de pessoas, com cerca de um milhão de brasileiros vivendo com o vírus. Embora o país tenha registrado uma redução nas mortes relacionadas à AIDS em 2023, a taxa de novos casos aumentou, especialmente entre jovens adultos. A OMS solicitou ao governo dos Estados Unidos a reconsideração da suspensão de recursos, destacando a necessidade de garantir o acesso a tratamentos e cuidados essenciais para evitar um agravamento da situação.