Tahlequah, uma orca mãe famosa por carregar seu filhote morto por 17 dias em 2018, está demonstrando novamente um comportamento de luto ao carregar seu filhote recém-falecido, J61, por dias seguidos. O filhote, avistado pela primeira vez em 20 de dezembro, foi confirmado morto na véspera do Ano Novo, e até 5 de janeiro, Tahlequah ainda estava mantendo o corpo próximo a ela, empurrando-o com seu focinho para evitar que o oceano o levasse embora.
Este ato de luto levanta preocupações sobre o impacto físico e emocional que o comportamento de Tahlequah pode ter em sua saúde, especialmente considerando que ela pertence à população de orcas Residentes do Sul, uma das mais ameaçadas do mundo. Carregar o peso do filhote morto diminui sua mobilidade, o que pode afetar sua capacidade de encontrar alimento e sobreviver. A perda de J61 é particularmente grave para essa população, já que a morte de uma fêmea diminui a capacidade reprodutiva da espécie.
Os pesquisadores também destacam os desafios enfrentados pelas orcas Residentes do Sul, como poluição, falta de alimentos e baixa taxa de sobrevivência dos filhotes. Além disso, quase 70% das gestações dentro dessa população resultam em perdas antes do nascimento ou logo após. O comportamento de luto de Tahlequah, embora não raro entre orcas fêmeas, torna-se ainda mais significativo quando se observa a quantidade de tempo e distância que ela mantém o corpo do filhote, o que a torna uma exceção entre suas congêneres.