O opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, exilado na Espanha após denunciar fraude nas eleições de julho, anunciou que retornará à Venezuela para tomar posse como presidente na próxima sexta-feira (10), em um movimento que desafia o governo de Nicolás Maduro. González, que conta com apoio de ex-líderes latino-americanos, encontrou-se com o presidente do Panamá e outras figuras políticas, sendo recebido recentemente nos Estados Unidos pelo presidente Joe Biden. O encontro no Panamá visou coordenar estratégias para a viagem de González de volta à Venezuela, onde ele enfrenta a ameaça de prisão, conforme anunciado pelas autoridades locais.
A Venezuela se prepara para a posse de Maduro, que segue sendo questionada pela oposição e por diversos países. Com a capital Caracas fortemente vigiada e milhares de agentes de segurança nas ruas, o governo anuncia planos de defesa e uma mobilização de seus apoiadores. Maduro, em discurso recente, reafirmou sua determinação em vencer as pressões internas e externas, defendendo a soberania do país. Contudo, as denúncias de repressão e violação dos direitos civis aumentam a tensão, com membros da oposição sendo vítimas de sequestros e prisões arbitrárias, como o caso do candidato Enrique Márquez, detido na terça-feira (7).
Além disso, a situação diplomática da Venezuela se deteriora, com a recente declaração de nove ex-presidentes como personas non gratas e o corte das relações diplomáticas com o Paraguai, após o apoio do presidente paraguaio aos opositores. A tensão entre as autoridades e a oposição continua a crescer, enquanto a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos, aguardando uma solução pacífica para a crise política que se arrasta no país.