A recente posse de Nicolás Maduro em 10 de janeiro de 2025, apesar das alegações de fraude nas eleições de julho, gerou desânimo entre a oposição e a população insatisfeita com o regime. A vitória do candidato oposicionista, que foi confirmada por estudos independentes, não foi reconhecida pelo governo, e Maduro iniciou seu terceiro mandato. A repressão aos protestos e a detenção de líderes opositores agravaram a situação, limitando as opções da oposição. Especialistas apontam que, diante da falta de condições para uma transição política, a alternativa seria aumentar a pressão interna e externa, embora o medo e a repressão dificultem grandes mobilizações nas ruas.
Com a convocação de novas eleições em 2025 e a reforma constitucional anunciada por Maduro, a oposição se vê diante de um dilema sobre como reagir. As próximas eleições para prefeitos e governadores podem gerar divisões internas entre aqueles que defendem a participação e os que preferem boicotar o pleito, dado o histórico de fraude e desrespeito aos resultados eleitorais. Para muitos analistas, as manifestações de rua já não são eficazes, e a oposição precisa se reestruturar e investir em ações mais discretas, com um foco em organizar a base e fortalecer a coesão social, abandonando a promessa de mudanças imediatas.
A estratégia externa também é um ponto importante para a oposição, especialmente com o apoio da diáspora venezuelana e a possível volta de sanções internacionais. A leitura internacional sobre a crise venezuelana, somada ao retorno de antigos aliados políticos, pode ser um fator crucial para pressionar o regime e reverter o cenário. No entanto, as esperanças de uma transição política ainda dependem da construção de um espaço de negociação e da perseverança da oposição em manter o engajamento popular e internacional, como já ocorreu em momentos passados. A luta pela mudança continua, mas os caminhos se tornaram mais difíceis e imprevisíveis.