A oposição criticou o evento realizado em Brasília no dia 8 de janeiro, considerado por seus integrantes como uma tentativa de uso político das lembranças dos ataques ao governo, ocorridos no ano anterior. Flávio Bolsonaro, por exemplo, acusou o governo de promover uma celebração alinhada com uma coalizão judicial e partidária que se opôs ao ex-presidente nas eleições de 2022. O senador Rogério Marinho também lamentou a minimização dos atos de vandalismo e violência cometidos por movimentos alinhados ao PT em 2018, sugerindo uma dualidade no tratamento das ameaças à democracia.
O evento, que teve início com um discurso da primeira-dama Janja, focou na recuperação de obras de arte e peças históricas danificadas durante os ataques de 2022. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a ocasião para reforçar o compromisso do governo com as investigações dos envolvidos nos atos golpistas e reiterou a importância da punição aos responsáveis. Lula também se dirigiu aos militares presentes, expressando gratidão pela presença do ministro da Defesa e comandantes das Forças Armadas, e fez uma referência humorística ao apelido popular do ministro Alexandre de Moraes.
Durante o evento, Moraes, relator dos inquéritos sobre os ataques de 2022, aproveitou para destacar a crescente ameaça de um “golpismo digital extremista”, enfatizando a necessidade de regulação das redes sociais no Brasil. O ministro criticou as grandes plataformas por permitirem a disseminação de discursos de ódio, defendendo que as redes operem dentro dos limites da legislação brasileira. A cerimônia também foi marcada pela ausência das principais autoridades do Congresso, incluindo os presidentes da Câmara e do Senado, o que gerou especulações sobre a falta de apoio institucional ao evento.