A Operação Carne Fraca, realizada nesta quarta-feira (22), prendeu quatro pessoas envolvidas na venda de carne que ficou submersa durante a enchente histórica de Porto Alegre, em maio de 2024. Durante a inundação, um frigorífico foi atingido, resultando na contaminação de 800 toneladas de carne, que ficou coberta por lama e água suja. A carne deteriorada foi comprada por uma empresa de Três Rios, com a alegação de ser destinada à produção de ração animal, mas acabou sendo maquiada e revendida para açougues e mercados em diversas regiões do Brasil.
O consumo de carne imprópria para consumo representa sérios riscos à saúde, especialmente quando exposta a condições inadequadas, como a falta de refrigeração e a contaminação por água suja. A diretora do Conselho Regional de Nutrição, Luana Limoeiro, explica que a carne é um ambiente propício para a proliferação de bactérias perigosas, como a Escherichia coli, que podem causar doenças graves, como diarreia, vômitos, febre e, em casos mais graves, desidratação, principalmente em indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
Além disso, a contaminação da carne com água de enchente, que pode conter bactérias fecais e até urina de roedores, aumenta ainda mais o risco de doenças, como a leptospirose. A especialista alerta para a necessidade de cuidados rigorosos na manipulação e armazenamento de carnes, uma vez que o resfriamento ou congelamento não elimina as bactérias, apenas retardam seu crescimento. A ingestão de alimentos contaminados pode levar a complicações sérias e até à hospitalização em casos mais extremos.