Uma investigação da Polícia Civil de Goiás está apurando um contrato de R$ 27 milhões firmado entre a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) e a empresa Prime Construções. O contrato, que visava a execução de diversas obras em Goiás, incluindo aeródromos e postos policiais, apresenta indícios de irregularidades, com a execução de apenas 27,99% das obras contratadas. A operação, deflagrada em janeiro de 2025, resultou em 114 mandados cumpridos, incluindo prisões e apreensões, e revelou que diversas obras nem sequer foram iniciadas, com pagamentos feitos antes da execução real dos serviços.
As investigações apontam que a Goinfra, além de não poder realizar tais obras, também aderiu irregularmente a uma ata de registro de preços do Exército, que proibia órgãos externos de utilizá-la. O contrato, que inicialmente previa manutenção preventiva e corretiva, foi alterado para incluir obras e serviços de engenharia, o que é considerado irregular. A empresa investigada teria utilizado estratégias para justificar pagamentos sem a execução correspondente, incluindo demolições de construções apenas para gerar notas fiscais falsas, com o envolvimento de servidores públicos.
Em paralelo, a Polícia Civil também examina outros contratos da Goinfra, incluindo um de R$ 270 milhões, que foi suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás devido a um sobrepreço detectado. O governo estadual tem colaborado com as investigações e reafirmou sua postura de tolerância zero com desvios de conduta no uso do dinheiro público. A operação continuará, com novos desdobramentos sendo aguardados, e a Goinfra segue acompanhando os processos de perto.