O cessar-fogo na Faixa de Gaza, que entrou em vigor no dia 19 de janeiro, trouxe à tona questões sobre o futuro da região, especialmente no que diz respeito ao papel da comunidade internacional e à possibilidade de reconstrução. O professor de Relações Internacionais, Vitelio Brustolin, abordou a complexidade do cenário pós-conflito, destacando que o término da guerra pode abrir caminho para iniciativas diplomáticas, como os Acordos de Abraão, que visam o reconhecimento de Israel por países árabes da região. No entanto, a transição para a paz ainda permanece incerta.
Brustolin enfatizou a relevância da ONU na reconstrução de Gaza, sugerindo que a organização poderia reativar o Conselho de Tutela, atualmente inativo, para estabelecer um governo transitório que apoiasse a recuperação local. O Conselho de Tutela é um dos seis órgãos principais da ONU e poderia ser uma ferramenta eficaz para a gestão pós-conflito, além de garantir um suporte mais estruturado à região. A reativação do Conselho, segundo o especialista, não seria um processo complexo, mas demandaria um esforço coordenado da comunidade internacional.
A reconstrução de Gaza enfrentará desafios financeiros significativos, com estimativas que apontam para um custo inicial de US$ 40 bilhões. Embora a intervenção internacional seja vista como necessária, o professor ressaltou que o caminho para a reconstrução e a estabilidade total da região ainda é incerto. A situação permanece desafiadora, exigindo soluções colaborativas e um acompanhamento atento dos próximos passos no processo de paz e recuperação.