A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou a prisão de sete de seus funcionários no Iémen, realizada por grupos rebeldes Houthis, que já haviam detido outros membros de organizações humanitárias no país. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou as prisões, chamando-as de arbitrárias, e pediu a libertação imediata e incondicional dos colaboradores. A ONU já havia enfrentado situações semelhantes, incluindo a detenção de mais de 60 pessoas, entre funcionários da ONU e membros de ONGs, em junho do ano passado.
Os Houthis, apoiados pelo Irã e aliados de grupos como Hamas e Hezbollah, controlam grandes partes do Iémen, incluindo a capital, Sanaa, e têm sido uma força militar relevante no país. A situação no Iémen é considerada uma das piores crises humanitárias do mundo, conforme a ONU. Os rebeldes justificam suas ações afirmando que há uma rede de espionagem sob a cobertura de organizações humanitárias, uma acusação que foi rejeitada pela ONU.
Em resposta às novas prisões, o coordenador de ajuda humanitária da ONU no Iémen, Julien Harneis, anunciou a suspensão das movimentações oficiais de e para as zonas controladas pelos Houthis. A situação ocorre após o governo dos Estados Unidos incluir os rebeldes na lista de organizações terroristas estrangeiras, uma decisão que tem gerado tensões internacionais.