Uma organização não governamental, Un Mundo Sin Mordaza, denunciou o sequestro de um ex-candidato à presidência e ex-vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Enrique Márquez, ocorrido na noite de terça-feira (7). A ONG usou suas redes sociais para exigir respostas sobre o paradeiro de Márquez, destacando a necessidade de o governo venezuelano interromper a perseguição política e fornecer esclarecimentos sobre o caso. Até o momento, o governo de Nicolás Maduro não se pronunciou sobre o desaparecimento.
Enrique Márquez, que havia contestado a vitória de Maduro nas eleições presidenciais de 28 de julho e anunciado sua intenção de buscar a anulação da resolução junto ao Supremo Tribunal de Justiça, se tornou alvo de intensas críticas e pressões políticas. O sequestro ocorre em um cenário de crescente tensão no país, com relatos de outras situações de desaparecimentos forçados envolvendo opositores. O ex-candidato havia sido um dos principais críticos do governo, especialmente após o resultado das últimas eleições.
Poucas horas após a denúncia do desaparecimento de Márquez, o opositor Edmundo González também relatou o sequestro de seu genro, Rafael Tudares, em circunstâncias semelhantes. O episódio gerou mais preocupação sobre o aumento da repressão política na Venezuela, em meio à proximidade da posse de Maduro, marcada para 10 de janeiro. A série de denúncias levanta questões sobre a situação dos direitos humanos no país e a perseguição a opositores políticos, sem que até agora o governo venezuelano tenha dado explicações oficiais sobre os incidentes.