Howard Marks, fundador da Oaktree Capital, compartilhou preocupações com seus clientes sobre a possibilidade de uma bolha envolvendo as principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos, também chamadas de “Magnificent Seven” (Alphabet, Apple, Microsoft, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla). Em uma carta analítica, Marks afirma que, embora não seja possível afirmar categoricamente que estamos diante de uma bolha, os comportamentos atuais no mercado refletem sinais de mania e excesso de confiança, características típicas de bolhas passadas, como a da internet nos anos 2000. O investidor observa que a adoração irrestrita dessas empresas e a crença de que seus preços podem continuar subindo sem limites são indicativos de um pensamento coletivo distorcido, resultado de uma psicologia de mercado muitas vezes difícil de explicar apenas por números.
Marks detalha como a Nvidia, uma das empresas mais valorizadas atualmente, apresenta múltiplos elevados de preços baseados em lucros futuros, com investidores projetando um crescimento ininterrupto até 2030. Ele observa que, ao longo dos últimos 24 anos, entre as 20 maiores empresas do S&P 500, a Microsoft é a única que continua no índice, o que demonstra a longevidade de algumas dessas gigantes, mas também o risco de se confiar excessivamente em uma trajetória contínua de sucesso. O comportamento dos investidores, segundo Marks, muitas vezes é mais motivado por psicologia do que por fundamentos econômicos sólidos, levando a avaliações difíceis de justificar no longo prazo.
Além das preocupações de Marks, outras vozes influentes, como a Elliott Management e Roger McNamee, também alertam para os riscos de uma bolha nas ações tecnológicas, especialmente em torno da inteligência artificial (IA). A Elliott Management, por exemplo, acredita que a Nvidia está supervalorizada e que as expectativas sobre o impacto econômico da IA estão exageradas. McNamee compartilha a visão de que as altas projeções financeiras para a IA podem não ser sustentáveis, sugerindo que uma bolha em torno desse setor poderia se formar. Apesar dos contra-argumentos, como o reconhecimento da qualidade das empresas envolvidas, o cenário atual continua gerando debate sobre os limites de uma valorização que já é vista como excessiva.