Joe Biden se despediu de 50 anos de vida pública no último dia de seu mandato, concedendo perdões presidenciais a diversas pessoas, incluindo ex-autoridades e membros de sua família. O presidente deixa o cargo com índices de aprovação baixos, especialmente após o fiasco da retirada americana do Afeganistão e o aumento da inflação, que ultrapassou os 9% ao ano em 2022. Embora seu governo tenha avançado em questões ambientais e criado milhões de empregos, Biden não conseguiu reverter a percepção pública negativa, sendo mais impopular que seus antecessores, incluindo Jimmy Carter.
Biden tentou reforçar seu legado ao destacar as conquistas de sua administração, como o crescimento econômico e as políticas de enfrentamento das mudanças climáticas. Contudo, sua dificuldade em comunicar essas realizações fez com que muitos americanos não reconhecessem os benefícios de seu governo. A decisão de se candidatar à reeleição foi vista por alguns como um erro, e o desgaste de sua imagem ficou evidente após debates e confrontos com o ex-presidente Donald Trump. Em 2024, a escolha de Kamala Harris como sucessora em sua candidatura foi um dos momentos mais elogiados de seu mandato.
Em termos internacionais, o legado de Biden é misto. Ele formou coalizões para resistir à invasão da Ucrânia pela Rússia e teve um papel central nas negociações sobre o conflito em Gaza, mas o apoio contínuo a Israel e a falta de apoio decisivo à Ucrânia geraram críticas. O mundo permanece mais instável do que quando ele assumiu, e Biden será lembrado como um presidente de um único mandato, cuja trajetória será reavaliada com o tempo. A possibilidade de ser reabilitado, como aconteceu com Carter, ainda é incerta, mas seu nome está ligado a um período de intensos desafios domésticos e internacionais.