O ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo, analisou os possíveis impactos das políticas econômicas do retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em entrevista ao programa WW Especial. Azevêdo apontou que, apesar de mudanças no cenário global, como as crises internacionais e a aproximação entre China e Rússia, algumas convicções centrais de Trump permanecem inalteradas, como a visão da China como inimigo estratégico e o uso de tarifas para pressão econômica e política.
O ex-diretor ressaltou que Trump está mais experiente em sua segunda gestão, com maior domínio da máquina administrativa e uma equipe econômica mais alinhada e leal às suas ideias. Azevêdo também mencionou que, apesar de ser impulsivo em suas decisões, Trump agora tende a ouvir mais sua equipe e levar em consideração as reações de Wall Street, o que pode moderar algumas de suas atitudes mais arriscadas. Azevêdo acredita que, com uma equipe mais experiente e coesa, o republicano poderá ser mais eficaz em suas políticas.
Porém, o ex-diretor da OMC também alertou para os possíveis impactos negativos das políticas de Trump em áreas como imigração, meio ambiente e relações internacionais. As políticas de “Trumponomics” podem gerar repercussões importantes no comércio global e nas alianças dos Estados Unidos, e a reação dos parceiros comerciais será crucial para definir o sucesso ou fracasso dessas medidas. Azevêdo finalizou afirmando que, apesar da imprevisibilidade, o presidente estará atento às respostas do mercado para ajustar suas decisões.