A preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, foi marcada por turbulências e ausências importantes, especialmente a de Pelé. O craque havia se aposentado da seleção em 1971 e, apesar de condições físicas para jogar em 1974, decidiu não participar do torneio em protesto contra a ditadura militar. Além disso, a seleção enfrentou a falta de outros dois ícones do futebol brasileiro, Gérson e Tostão, que também estavam ausentes devido a questões políticas e de lesões. A preparação da equipe, com uma excursão europeia em 1973, foi criticada pela imprensa, o que culminou no polêmico manifesto de Glasgow, onde os jogadores romperam relações com a mídia.
Durante o Mundial, a seleção brasileira teve uma campanha discreta, com destaque para a vitória contra a Argentina, mas apresentou um desempenho abaixo das expectativas. A primeira fase foi marcada por empates sem gols contra Iugoslávia e Escócia, seguidos de uma vitória por 3 a 0 contra Zaire. Na segunda fase, o Brasil venceu a Alemanha Oriental e a Argentina, mas sofreu uma derrota de 2 a 0 para a Holanda, que eliminou o time da disputa pelo título. A equipe foi criticada por um futebol pragmático, sem o brilho e a magia das edições anteriores.
A eliminação precoce, que culminou na derrota para a Polônia na disputa pelo terceiro lugar, frustrou as expectativas de tetracampeonato do Brasil. A Copa de 1974 revelou uma seleção mais cautelosa, que não encantava, mas ainda assim mostrou garra e momentos de qualidade. A ausência de Pelé, unida à falta de outros jogadores-chave, acabou impactando o desempenho da equipe, que não conseguiu alcançar as glórias de edições anteriores, evidenciando as complexidades do futebol em tempos de desafios internos e externos.