Lançado em 1980, “O Iluminado” se tornou um marco no gênero de terror psicológico, mesmo sendo ligado a diversas lendas urbanas e polêmicas nos bastidores. Dirigido por Stanley Kubrick e baseado no livro de Stephen King, o filme impressiona até hoje, mas não foi isento de críticas, como as relacionadas ao tratamento dado à atriz Shelley Duvall. Kubrick, que buscava a perfeição, adotou métodos rigorosos de trabalho, exigindo múltiplas gravações de cenas e mantendo Duvall isolada do elenco para intensificar sua atuação, o que gerou controvérsias sobre as condições de filmagem e sua influência na performance da atriz.
O filme passou por diversas modificações em relação ao livro de King, como a criação do labirinto de arbustos, uma adição de Kubrick, que se tornou um dos elementos mais marcantes da produção. Além disso, Kubrick também alterou o número do quarto assombrado, passando de 217 para 237, após um pedido do Timberline Lodge, onde algumas cenas foram filmadas. As gêmeas Grady, personagens que se tornaram ícones do terror, também foram uma criação de Kubrick, inspiradas em uma fotografia de Diane Arbus, e não estavam presentes no livro original.
A adaptação gerou ainda teorias da conspiração, como a famosa alegação de que Kubrick teria usado o filme para confessar sua participação na falsificação das filmagens da chegada do homem à lua. Por outro lado, Stephen King, autor da obra original, criticou duramente a versão de Kubrick, especialmente pela interpretação de Jack Nicholson e pelas mudanças na história. Anos depois, King produziu uma versão para a televisão, que seguiu de forma mais fiel o enredo do livro.