O número de nascimentos múltiplos, como gêmeos e trigêmeos, tem aumentado ao longo das últimas décadas, um fenômeno que desafia a tendência global de redução das taxas de natalidade. Fatores como a gravidez em idades mais avançadas e o uso crescente de tratamentos de fertilidade são apontados como principais responsáveis por esse aumento. Mulheres com mais de 35 anos, por exemplo, têm uma probabilidade significativamente maior de ter gêmeos, o que é reflexo de mudanças hormonais associadas à perimenopausa.
Além disso, o uso de fertilização in vitro (FIV) também contribui para a elevação dos nascimentos múltiplos. Durante os primeiros anos do tratamento, era comum a transferência de múltiplos embriões, o que resultava em taxas mais altas de gestações múltiplas. No entanto, campanhas como a “One at a Time” conseguiram reduzir essas taxas, promovendo a transferência de um único embrião por vez. Apesar disso, o número de tratamentos de fertilidade tem crescido, e muitas pessoas buscam esses serviços no exterior devido aos custos e às restrições do sistema de saúde.
Embora ter gêmeos e outros múltiplos seja uma experiência positiva para muitas famílias, o aumento nas taxas de nascimentos múltiplos traz desafios significativos. As taxas de natimortos em gêmeos são mais altas do que em gestações únicas, e as famílias enfrentam maiores dificuldades financeiras e emocionais. O custo adicional de criar múltiplos é considerável, com as famílias gastando pelo menos £ 20 mil a mais do que aquelas com filhos únicos. O aumento dos nascimentos múltiplos coloca a necessidade de um planejamento mais amplo para os cuidados e apoio às famílias na agenda dos próximos anos.