O fenômeno de postergar a maternidade tem crescido no Brasil nas últimas duas décadas, com destaque para o aumento significativo de mulheres com idades entre 35 e 44 anos que optam pela gravidez tardia. Para lidar com os riscos associados à maternidade nessa faixa etária, o congelamento de óvulos se tornou uma opção cada vez mais comum, permitindo que as mulheres preservem suas chances de engravidar, mesmo após o envelhecimento ovariano, que reduz a qualidade e quantidade dos óvulos. Especialistas ressaltam a importância do procedimento para garantir a fertilidade em situações de risco, como tratamentos oncológicos ou condições genéticas.
O processo de congelamento de óvulos envolve uma estimulação hormonal ovariana, que dura entre 8 e 10 dias, com o objetivo de promover o crescimento de múltiplos folículos ovarianos. Após a estimulação, ocorre uma indução do pico ovulatório, e os óvulos são coletados em um centro cirúrgico sob sedação. A coleta é seguida pela análise no laboratório, onde os óvulos maduros são congelados. A quantidade ideal de óvulos a serem congelados depende da idade da mulher, sendo que, em geral, 15 óvulos podem garantir uma taxa de sucesso de fertilização mais alta, especialmente se congelados antes dos 35 anos.
Os custos do congelamento de óvulos podem variar entre 20 a 30 mil reais, dependendo de fatores como a medicação utilizada, o número de ciclos necessários e o acompanhamento médico. Além disso, existem opções de doação compartilhada, que podem reduzir de 50% a 70% do custo total do tratamento. O procedimento, considerado seguro e de baixo risco, tem se mostrado uma solução viável para mulheres que desejam preservar sua fertilidade por questões pessoais ou de saúde.