Em um cenário de quedas acentuadas nas taxas de casamento e natalidade na Coreia do Sul, as agências de encontros têm se consolidado como uma alternativa popular para aqueles que buscam formar uma família. Min Jung, por exemplo, se inscreveu em uma dessas agências após o término de um relacionamento de três anos, e hoje está casada com Tae Hyung, após se conhecerem em um encontro organizado por especialistas. Essas agências funcionam de forma estruturada, coletando informações detalhadas sobre os clientes e criando perfis compatíveis com suas expectativas. Apesar de críticas ao sistema de classificação baseado em ocupações e status social, muitos veem essas agências como uma maneira eficiente de encontrar parceiros compatíveis em um cenário de dificuldades para encontros espontâneos.
O panorama de encontros e relacionamentos na Coreia do Sul tem se transformado, especialmente após a pandemia de Covid-19, que restringiu as oportunidades de interação social. As agências de encontros, que antes eram vistas com certo estigma, agora ganham novos adeptos, sendo mais aceitas por jovens que buscam soluções práticas para formar uma família. No entanto, o custo elevado dos serviços e a pressão social envolvida na busca pelo casamento ainda são barreiras para alguns. Para além das agências privadas, o governo sul-coreano também tem atuado ativamente na promoção de eventos de encontros, organizando atividades em que jovens solteiros podem se conhecer, na tentativa de combater a queda nas taxas de natalidade.
Apesar dos esforços, as taxas de fecundidade no país continuam alarmantemente baixas, o que reflete uma série de desafios estruturais, como as longas jornadas de trabalho, os custos elevados de moradia e as dificuldades enfrentadas pelas mulheres ao retornar ao mercado de trabalho após a maternidade. Embora o governo busque incentivar casamentos e a formação de famílias, especialistas sugerem que a verdadeira solução está em oferecer melhores condições de vida, como maior apoio à licença-maternidade e políticas públicas que reduzam os custos com habitação e educação. A crescente aceitação das agências de encontros, juntamente com o apoio governamental, revela um esforço coletivo para resolver uma questão social de longo prazo.