O novo ouvidor das polícias de São Paulo, Mauro Ceri, assumiu o cargo com foco na defesa da utilização de câmeras com gravação ininterrupta durante o trabalho da Polícia Militar. Com 65 anos e nomeado pelo governador Tarcísio de Freitas, Ceri ocupa a posição em um momento delicado, marcado por preocupações com a violência policial. Ele substitui Cláudio Silva, que era crítico das práticas da PM. Ceri destacou que a proposta de expansão do uso de câmeras já está sendo implementada, com a contratação de mais 12.000 dispositivos, que somarão às 10.000 câmeras existentes, adquiridas durante a gestão anterior.
A ampliação do número de câmeras, que poderão ser ligadas pelos próprios policiais ou acionadas remotamente pela central de operações, visa aumentar a transparência nas ações da Polícia Militar. Ceri, junto com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Roberto Barroso, defende que a gravação contínua tem contribuído para a redução das mortes em confrontos, um dado positivo da experiência anterior com as câmeras. O ouvidor também enfatizou a importância do uso progressivo da força e da construção de um diálogo aberto com a sociedade, destacando a necessidade de investimentos em infraestrutura e treinamento para melhorar a atuação policial e diminuir a violência.
Além disso, Ceri se posicionou contra a criação de ouvidorias separadas, proposta pelo Secretário de Segurança Pública, defendendo que a ouvidoria continue com sua função única. Ele também ressaltou que, para a efetividade das ações de segurança, é necessário mais suporte financeiro e logístico para a Polícia Militar. A gestão de Ceri, que vai até o início de 2027, promete ser marcada por um esforço contínuo para melhorar a eficiência policial e reduzir a violência, com foco na transparência e na qualificação dos profissionais de segurança.