Ahmad al-Sharaa, anteriormente conhecido como Abu Mohammed al-Golani e líder do grupo HTS, foi nomeado presidente interino da Síria após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024. A nomeação ocorreu após uma reunião das facções insurgentes em Damasco e busca iniciar o processo de reconstrução do país, devastado por quase 14 anos de guerra civil. Al-Sharaa, que antes estava alinhado com a Al-Qaeda, renunciou a esses vínculos e tem se posicionado como defensor do pluralismo, direitos das mulheres e das minorias religiosas. Sua liderança tem sido vista como pragmática, com o apoio de várias facções, embora alguns críticos questionem o processo e o timing da nomeação.
A nova administração síria anunciou a revogação da constituição vigente desde 2012 e pretende redigir uma nova carta constitucional. O objetivo é estabelecer um governo inclusivo, convocar um diálogo nacional e lidar com a situação das forças armadas e das diferentes facções do país. No entanto, surgem desafios em relação à unificação de grupos rebeldes com ideologias distintas, bem como as tensões com os curdos, que formaram uma região autônoma no norte da Síria, em desacordo com o regime de Assad e os grupos apoiados pela Turquia. A falta de clareza sobre os próximos passos e o modo como a transição será conduzida geram incertezas.
A comunidade internacional, embora cética quanto aos novos governantes sírios, tem manifestado apoio ao processo de reconstrução. O Catar foi um dos primeiros países a congratular a nomeação, destacando a importância de fortalecer a unidade entre as partes sírias. Além disso, al-Sharaa pediu a criação de um novo exército nacional e forças de segurança, enquanto as autoridades interinas prometeram trabalhar por uma solução política pacífica. Contudo, a reconstrução da Síria exigirá um esforço significativo para superar os legados da guerra e as divisões internas, incluindo os desafios com os grupos curdos e a reorganização das forças armadas.