A nova proposta de valorização do salário-mínimo, apresentada pelo governo no final de 2024, tem gerado preocupações no cenário econômico. Fabio Giambiagi, economista do FGV/Ibre, afirmou que a regra atual não é suficiente para sustentar o arcabouço fiscal e pode levar o Brasil a uma crise fiscal grave. A proposta limita o aumento dos gastos do governo a 2,5% além da inflação, o que, segundo Giambiagi, não seria viável para a política fiscal do país, especialmente considerando o impacto sobre a dívida pública.
A reforma do salário-mínimo, que prevê a correção do valor de acordo com a inflação e o PIB de dois anos anteriores, foi um dos elementos da estratégia fiscal apresentada pelo governo. No entanto, Giambiagi alerta que, embora a regra tenha sido ajustada em relação à versão anterior, ela ainda não é capaz de estabilizar a dívida pública do país. Os impactos no orçamento podem ser grandes, com um aumento progressivo da dívida, que passaria de R$ 14 bilhões no primeiro ano para R$ 86 bilhões no terceiro ano.
O economista destacou que a continuidade dessa regra até 2030 é insustentável e poderia comprometer as finanças públicas, mesmo em um segundo mandato presidencial. Para Giambiagi, é essencial que o governo reavalie a política fiscal e busque soluções mais eficazes para garantir a estabilidade econômica no longo prazo. Ele enfatizou que, sem ajustes, o governo poderá enfrentar sérias dificuldades em sua gestão fiscal.