A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promulgou a Lei 25.165, que atualiza a legislação sobre a criação e circulação de cães das raças pit bull, rottweiler, dobermann, fila brasileiro e outras de porte físico semelhante. A nova lei determina a obrigatoriedade do uso de focinheira e coleira com identificação para esses animais em locais públicos, além de reafirmar a proibição da entrada e procriação dessas raças no estado. A medida tem como objetivo aumentar a segurança, mas também gerou discussões sobre suas possíveis implicações para os animais e os tutores.
Especialistas em comportamento animal e veterinária explicam que a criação e socialização adequadas são fundamentais para que um pit bull, por exemplo, desenvolva um temperamento equilibrado. De acordo com os profissionais, a socialização deve ocorrer entre os dois e seis meses de idade, com contato frequente com outros cães e pessoas. Além disso, a castração pode ajudar a reduzir a agressividade dos cães. No entanto, muitos alertam que, sem uma educação responsável e sem leis mais rigorosas sobre os tutores, o aumento do preconceito e do abandono pode ser uma consequência indesejada da nova legislação.
A advogada especialista em direito dos animais e o adestrador comportamentalista apontaram falhas na regulamentação, como a falta de especificações claras sobre o tipo de focinheira a ser usada e sobre como a fiscalização será feita. A legislação também foi criticada por sua ênfase na punição dos animais, sem uma abordagem que leve em consideração a responsabilidade dos tutores. Por outro lado, a inclusão de informações mais detalhadas na coleira do animal, como nome, endereço e telefone do tutor, foi vista como um avanço. A lei está em vigor e visa melhorar a segurança pública, mas também traz desafios na aplicação e no cuidado com os animais.