O prefeito de Moraújo, no Ceará, iniciou sua gestão nomeando sua noiva, pai e primo para cargos estratégicos no governo municipal. As nomeações geraram controvérsias, uma vez que envolvem parentes próximos, o que pode configurar nepotismo, conforme a Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora o STF permita exceções para cargos políticos, a nomeação de familiares deve ser justificada por qualificação técnica, algo questionado por especialistas, especialmente considerando a situação socioeconômica do município. A cidade enfrenta desafios como altas taxas de mortalidade infantil e um dos menores PIBs per capita do estado.
Letícia Luna Osterno, noiva do prefeito, assumiu a Secretaria de Saúde, embora ainda esteja no estágio obrigatório de sua graduação em medicina, o que levanta dúvidas sobre sua preparação para o cargo. Em contrapartida, a equipe da Saúde conta com um profissional experiente, Iramar Vieira, bacharel em enfermagem e com longa trajetória no setor. A gestão também tem como prioridade o uso de recursos federais, como os R$ 5,8 milhões destinados à saúde em 2024. O prefeito justificou as nomeações destacando as qualificações e a confiança em seus parentes, com especial ênfase em seu pai, Alex Lima, que foi nomeado secretário de Relações Institucionais.
A nomeação de Marcos Aurélio, primo do prefeito, para a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, também gerou questionamentos, embora o prefeito o tenha descrito como uma pessoa capacitada. Embora o Supremo Tribunal Federal ainda esteja avaliando a constitucionalidade de nomeações de parentes para cargos políticos, o caso levanta uma reflexão sobre a moralidade e a eficácia dessas escolhas em uma cidade com tantos desafios. A gestão enfrenta um contexto de precariedade nas áreas de saúde e economia, e os próximos passos serão cruciais para melhorar a qualidade de vida da população local.