A neuromodulação cerebral é uma técnica de reabilitação que utiliza estímulos elétricos ou magnéticos para alterar a atividade cerebral, sendo aplicada no tratamento de diversas condições neurológicas e psiquiátricas. De acordo com o neurocirurgião Marcelo Valadares, essa área tem avançado significativamente, permitindo tratamentos mais eficazes, como no caso de pacientes com Parkinson, onde a neuromodulação tem mostrado resultados positivos, especialmente em estágios mais avançados da doença. Embora não substitua os medicamentos, a técnica pode ser uma alternativa para aqueles que não respondem a tratamentos convencionais ou apresentam efeitos colaterais graves.
Existem dois tipos de neuromodulação cerebral: invasiva e não invasiva. A neuromodulação invasiva envolve a implantação de eletrodos no cérebro ou na medula espinhal, um procedimento simples, mas cirúrgico, que tem mostrado ser eficaz em casos como o controle da dor e tratamentos mais complexos, como a Doença de Parkinson. Já a neuromodulação não invasiva, que não exige cirurgia, é realizada por meio de estimulação magnética transcraniana ou elétrica, sendo uma abordagem mais acessível, mas ainda com custos elevados, o que limita seu uso no sistema público de saúde.
Além de suas aplicações no Parkinson, a neuromodulação tem mostrado grande potencial no tratamento de vítimas de acidente vascular cerebral (AVC), a principal causa de incapacidade funcional no mundo ocidental. A técnica ajuda a reconectar funções cerebrais perdidas, como movimentos e fala, e promove a regeneração de áreas danificadas, abrindo novas possibilidades para a reabilitação de lesões no sistema nervoso central. Valadares acredita que, em uma década, será possível tratar com mais eficácia não apenas os efeitos do AVC, mas também lesões medulares, oferecendo uma esperança renovada para milhares de pacientes.