O ano de 2024 foi marcado por temperaturas recordes, com o planeta atingindo um aumento médio de 1,5ºC em relação ao período pré-industrial, pela primeira vez na história. Esse aquecimento teve consequências drásticas, incluindo chuvas intensas, secas prolongadas e impactos profundos na vida de milhões de pessoas, como apontaram várias agências climáticas internacionais. O fenômeno foi exacerbado por ações humanas, embora fatores naturais como o El Niño também tenham contribuído. Cientistas alertam que, se essa tendência continuar, o mundo pode superar o limite estabelecido pelo Acordo de Paris, que visa restringir o aumento de temperatura global a 1,5ºC.
Os dados apresentados por instituições como a Organização Meteorológica Mundial e a NASA indicam que 2024 foi o ano mais quente desde 1850, com temperaturas mais altas que aquelas observadas durante o último período interglacial, há cerca de 125 mil anos. O aumento constante da temperatura não só ameaça o cumprimento das metas climáticas, como também pode ter efeitos catastróficos e irreversíveis para o planeta, afetando todas as regiões do mundo. Os especialistas afirmam que esse cenário exige ações urgentes para evitar o agravamento da crise climática.
O professor Carlos Nobre enfatizou que a responsabilidade agora recai sobre a COP 30, a Conferência do Clima da ONU, que ocorrerá em 2025 no Brasil. Ele alertou que, sem uma aceleração na transição para economias de baixo carbono, o mundo pode enfrentar um aumento de 2,5ºC ou mais até 2050, o que seria um “suicídio ecológico”. Os cientistas destacam que a situação exige uma resposta global mais incisiva para mitigar os efeitos do aquecimento e evitar um futuro irreversível.