Duas mulheres foram presas em Milão, na Itália, em conexão com um esquema internacional de tráfico de drogas envolvendo o Brasil e a Europa. Rosalia Falletta e Rita Siria Assisi, mãe e filha, foram detidas ao desembarcarem na Itália em 18 de dezembro do ano passado. Elas são investigadas por sua possível participação nas atividades criminosas de uma organização mafiosa ligada ao tráfico de cocaína. A operação que levou às prisões é parte de uma investigação mais ampla que envolve a máfia calabresa, com o foco no transporte de drogas da América do Sul para a Europa.
De acordo com as autoridades italianas, após a prisão de membros chave da organização, incluindo o marido de Rosalia e pai de Rita, as duas mulheres teriam assumido funções administrativas dentro do esquema criminoso. Elas seriam responsáveis por gerenciar os contatos entre os membros da organização, a distribuição dos lucros obtidos com o tráfico, e o gerenciamento de bens e recursos financeiros oriundos das atividades ilícitas. A investigação, que já dura vários anos, aponta que o grupo mafioso tinha ramificações tanto no Brasil quanto na Itália, com destaque para a operação que resultou na prisão de 23 traficantes internacionais em dezembro de 2024.
A operação, que também contou com a colaboração das autoridades brasileiras, destaca a crescente presença da máfia Ndrangheta no Brasil, especialmente na logística de transporte de drogas por meio de portos no Paraná. Além das prisões realizadas, a operação identificou a atuação do grupo no norte da Itália, especialmente no Piemonte, onde se realizavam negociações para o transporte de entorpecentes. O trabalho investigativo em parceria com as autoridades brasileiras tem sido intensificado desde 2019, quando outros membros da organização foram detidos no Brasil.