Nicolás Maduro iniciou seu terceiro mandato em 10 de janeiro de 2025, após mais de uma década no poder, com mudanças significativas na economia venezuelana. O governo de Maduro, que anteriormente seguia o modelo socialista do século 21 de seu predecessor Hugo Chávez, se afastou progressivamente dessa ideologia nos últimos anos, adotando uma abordagem mais pragmática. Entre as medidas, destacam-se a desregulamentação de preços e a aceitação do dólar como moeda interna, o que resultou em crescimento econômico após anos de crise, mas também trouxe aumento da desigualdade e elevação dos preços.
Essas reformas, impulsionadas pela queda nas receitas do petróleo e pela escassez de recursos, têm levado a uma adaptação do modelo econômico, que alguns especialistas chamam de “capitalismo autoritário”. Esse sistema permite o enriquecimento do capital privado, mas ao mesmo tempo enfraquece os direitos dos cidadãos para garantir a permanência das elites no poder. A colaboração entre o governo e empresários, especialmente os nacionais, que antes se opunham ao regime, reflete essa nova dinâmica, com o setor privado desempenhando um papel crucial para a estabilidade do país.
A economia da Venezuela, agora caracterizada por um crescimento impulsionado por uma economia dolarizada e um boom de consumo voltado para a classe alta, enfrenta desafios persistentes. A falta de uma concorrência real e o predomínio de elites econômicas alinhadas ao governo dificultam uma transição genuína para o mercado livre. Especialistas divergem sobre a sustentabilidade desse modelo a longo prazo, com alguns acreditando que ele pode se consolidar, enquanto outros alertam para o risco de retrocessos, caso as sanções internacionais sejam suspensas e os recursos do petróleo voltem a fluir sem o mesmo nível de controle.