A geografia peculiar da Califórnia e as mudanças climáticas desempenham um papel crucial nos incêndios sem precedentes que afetam o estado. O fenômeno começa nas altas montanhas dos Estados Unidos, onde uma zona de alta pressão forma um ar seco e quente, que desce até a região do sul da Califórnia, uma área de baixa pressão. Essa diferença de pressão cria um fluxo de ar intenso, que ao passar pelo deserto da Califórnia, aquece ainda mais e perde umidade, tornando-se um vento extremamente seco e forte.
Esse vento, conhecido como vento de Santa Ana, é um dos principais responsáveis por intensificar os incêndios, especialmente ao atingir áreas urbanas como Los Angeles. À medida que a temperatura global aumenta, os ventos se tornam mais fortes e secos, favorecendo a propagação rápida das chamas. Com uma umidade abaixo de 1%, qualquer faísca pode desencadear um incêndio devastador, e até mesmo as equipes de combate ao fogo enfrentam grandes dificuldades para controlar a situação.
Além disso, o fortalecimento dos sistemas de alta e baixa pressão devido ao aquecimento global torna esses fenômenos ainda mais extremos. O impacto das mudanças climáticas tem sido evidente, com incêndios ocorrendo em áreas onde anteriormente não eram previstos pelos modelos científicos. A especialista Amy Jaffe alerta que os incêndios tendem a piorar, representando um claro sinal de alerta para as futuras catástrofes climáticas.