A partir de 2025, o Banco Central do Brasil adotou um novo cálculo para avaliar o cumprimento da meta de inflação. Agora, a instituição considera o acumulado de 12 meses fora do intervalo proposto por seis meses consecutivos, em vez de focar na variação anual até o final do ano. Essa alteração torna o sistema mais flexível, permitindo à autoridade monetária lidar melhor com choques temporários. No entanto, a medida também gerou preocupações sobre atrasos na resposta a aumentos inflacionários e reforçou as incertezas econômicas associadas à política fiscal.
A mudança no modelo aproxima o Brasil de padrões internacionais utilizados em economias desenvolvidas e emergentes, como Estados Unidos, Canadá, Chile e México. Além disso, o novo sistema exige que alterações na meta sejam decididas com três anos de antecedência, conferindo maior previsibilidade às regras. Apesar disso, o momento da implementação foi considerado inadequado, dado o cenário de desconfiança do mercado e a necessidade de uma postura conservadora para lidar com pressões inflacionárias e flutuações cambiais.
Especialistas destacam que o Banco Central pode mitigar as incertezas por meio de uma comunicação clara e restrita a documentos oficiais, evitando especulações que possam desestabilizar o mercado. Apesar de o novo modelo ser visto como um avanço em termos de maturidade econômica, a efetividade da mudança dependerá de uma gestão cautelosa e de esforços para restaurar a confiança na política econômica do país.