Uma recente mudança no sistema de pagamento de pedágios no Brasil gerou preocupações sobre possíveis gargalos logísticos no transporte rodoviário de cargas, especialmente durante a colheita recorde de soja. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) implementou um novo modelo que exige o uso exclusivo de etiquetas eletrônicas, as chamadas tags, para pagamento nos pedágios. No entanto, transportadores relataram dificuldades na aquisição das tags devido à alta demanda, afetando cerca de 50.000 caminhoneiros em um único dia, segundo a Associação Nacional dos Transportadores de Cargas do Brasil (ANATC).
A mudança foi elogiada por outra entidade do setor, que destacou a eficiência e a agilidade que o novo sistema traz para o fluxo de caminhões. A ANTT afirmou que o prazo para adaptação foi adequado e que não houve falhas reportadas na emissão das etiquetas ou no fornecimento das tecnologias relacionadas. Além disso, até o final de janeiro, os caminhoneiros poderão utilizar créditos pré-carregados em cartões como alternativa temporária ao novo sistema.
Apesar do intuito de modernizar e aumentar a eficiência do transporte rodoviário, há receios de que os gargalos logísticos possam impactar negativamente a exportação de grãos, com estimativas de 5,1 milhões de viagens de caminhão necessárias para transportar produtos agrícolas aos portos em 2025. Especialistas alertam que quaisquer interrupções no transporte podem resultar em perdas para produtores, exportadores e para a balança comercial brasileira, ressaltando a importância de soluções rápidas e eficazes para mitigar os riscos do novo sistema.