Em Perus, Zona Norte de São Paulo, um grupo de motociclistas oferece o serviço de mototáxi há quatro anos, principalmente devido à falta de transporte público e à insegurança do bairro. A maioria dos clientes é composta por mulheres e mães, que buscam uma opção mais rápida e segura para se locomover, especialmente durante a noite. As corridas, que variam de R$ 6 a R$ 12, são coordenadas por um grupo de WhatsApp com cerca de 700 moradores. Embora a atividade ainda seja considerada irregular, os mototaxistas pedem uma regulamentação que permita a legalização do serviço e a redução das dificuldades com fiscalizações, como apreensões de motos.
O conflito entre a Prefeitura de São Paulo e o aplicativo 99Moto, que oferece o serviço de transporte de passageiros por moto, gerou um cenário de incertezas. A gestão municipal alega que o serviço é ilegal, citando o aumento de acidentes envolvendo motociclistas na cidade, e já realiza operações de fiscalização com apreensões. Por outro lado, a 99 defende a legalidade de sua operação, amparada por uma lei federal de 2018, e garante que irá ressarcir os motociclistas parceiros que forem multados. A empresa também promete apoiar os motoristas afetados pelas ações da Prefeitura.
Enquanto isso, os motociclistas de Perus expressam desconfiança em relação à chegada da 99Moto e à falta de diálogo com os profissionais locais. Eles criticam a falta de apoio da empresa e da administração municipal, que, segundo eles, não cumpriram promessas feitas durante as campanhas eleitorais. Para muitos moradores, o serviço de mototáxi representa uma alternativa vital para enfrentar a precariedade do transporte público e a violência na região, mas a falta de regulamentação e o clima de incerteza dificultam o trabalho desses profissionais.