A Morgan Stanley manteve sua recomendação overweight para as ações da RD (RADL3), com preço-alvo de R$ 30, mesmo após a divulgação de notícias negativas no setor farmacêutico. O fator de produtividade (X) anunciado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) impactou negativamente os ajustes de preços de medicamentos, prevendo uma redução de 2,459% nos reajustes máximos para abril. Isso pode afetar as margens de lucro da companhia, já que a indústria farmacêutica, nos últimos anos, vinha ajustando preços alinhados à inflação. O anúncio do fator X, com a expectativa de crescimento nulo na produtividade, foi considerado uma surpresa negativa por analistas.
Além disso, o fator X tem implicações diretas para o reajuste de preços dos medicamentos, com a CMED classificando 59% das classes terapêuticas como menos comoditizadas em 2024. Para empresas do setor de varejo farmacêutico, como a RD, isso limita o potencial de ganhos durante o período pré-alta, quando produtos são comprados a preços mais baixos antes do aumento. A Morgan Stanley destaca ainda que, considerando a inflação e o controle de custos, um ajuste de preços menor pode prejudicar a expectativa de crescimento da margem ao longo do ano.
Embora o impacto da redução de preços seja uma preocupação, o banco sugere que o fator Y, ainda a ser divulgado, pode trazer surpresas positivas. Este fator tem sido usado para compensar os custos de câmbio e utilidades, e poderia apoiar ajustes de preços mais elevados, especialmente em anos de desvalorização cambial. Por outro lado, as mudanças regulatórias sobre a venda de medicamentos em supermercados foram descartadas pela Morgan Stanley, que considera essa discussão como meramente especulativa, sem impacto significativo na percepção dos custos de alimentos ou na economia.