Nos últimos dias, o Ministério da Saúde intensificou o monitoramento da dengue em seis estados brasileiros que acumulam 84% dos casos registrados nas últimas semanas: São Paulo, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. Embora a situação não tenha sido classificada como emergência, as autoridades estão em alerta devido ao aumento de infecções e às previsões de um novo pico. Em 2024, o país enfrentou um número recorde de casos, com mais de 6,4 milhões de registros e mais de 6 mil mortes, refletindo um crescimento de mais de 300% em relação ao ano anterior. Em 2025, até o início de janeiro, 10,1 mil casos foram notificados e a distribuição dos casos segue concentrada em São Paulo e Minas Gerais.
As mudanças climáticas, com altas temperaturas e chuvas irregulares, têm sido apontadas como um fator crucial para o aumento da proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Este cenário favorece o aumento da incidência da dengue, além de possibilitar que o mosquito chegue a novas áreas. A vacinação, que é uma das principais estratégias de combate, foca no público de 10 a 14 anos em locais com maior incidência. Até o momento, o único imunizante disponível é o da farmacêutica Takeda, com uma quantidade limitada de doses. Além disso, o plano de contingência inclui ações de conscientização e uso de tecnologias como o método Wolbachia, que será expandido para 40 cidades até o final do ano.
O sorotipo 3 do vírus, que não circulava no Brasil desde 2008, tem gerado novas preocupações. Nas últimas semanas de 2024, houve um aumento significativo de casos causados por este sorotipo, especialmente em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Amapá. Este novo quadro representa um risco considerável, uma vez que muitas pessoas estão suscetíveis a este tipo do vírus, aumentando a possibilidade de novas infecções. As autoridades de saúde buscam controlar a disseminação da doença com medidas preventivas, como a eliminação de criadouros e o monitoramento contínuo da evolução epidemiológica.