O gestor Luis Stuhlberger, da Verde Asset, alerta que o modelo econômico atual do Brasil, caracterizado por uma combinação de aceleração fiscal e controle monetário, está seguindo em direção a um cenário insustentável. Ele prevê que os impactos inflacionários, resultantes da desvalorização recente do real, levarão o Banco Central a aumentar os juros a níveis que anteriormente pareciam impensáveis. Apesar de vários ativos brasileiros já refletirem um prêmio de risco considerável, sua postura nos fundos da casa continua predominantemente negativa.
Apesar do cenário desafiador para a indústria de fundos multimercados, o principal fundo da Verde, o Verde FIC FIM, obteve uma rentabilidade superior ao CDI pelo terceiro ano consecutivo, alcançando 12,10% em 2024, contra 10,87% do CDI. Os ganhos do fundo foram impulsionados principalmente por posições em moedas e ações globais, além de contribuições de crédito e commodities. No entanto, ativos locais, especialmente ações e renda fixa, tiveram desempenho negativo, prejudicando os resultados no início do ano.
Para 2025, Stuhlberger vê riscos elevados associados à opção do governo por políticas fiscais populistas, o que resulta em uma visão desfavorável sobre as posições no Brasil. O fundo iniciou o ano com uma postura vendida na Bolsa brasileira e no real, e reduziu sua exposição a ativos globais. A gestão também modificou sua posição em juros nos Estados Unidos, apostando em inflação implícita em vez de juros reais. A Verde mantém ainda sua alocação em criptomoedas e uma posição limitada em petróleo, além de investimentos em crédito high yield tanto local quanto global.