O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a autonomia do Banco Central (BC) será mantida com a nomeação de Gabriel Galípolo para a presidência da instituição. De acordo com Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu a tratar o BC com o mesmo respeito que teve pela gestão de Henrique Meirelles, destacando que, embora o governo forneça informações ao BC, a decisão final é sempre tomada de forma autônoma pelos diretores do órgão. Essa autonomia, segundo Haddad, não será alterada com a chegada de Galípolo, apesar de eventuais divergências sobre diagnósticos e soluções para a economia.
Haddad também comentou sobre a recente política monetária e a alta taxa de juros, afirmando que, embora o governo dialogue sobre a situação econômica, a responsabilidade pelas decisões no Banco Central é do colegiado, e não do Executivo. Ele explicou que, apesar das críticas de Lula sobre a taxa de juros, o papel do governo é oferecer soluções técnicas para os desafios econômicos, como o endividamento das empresas no Brasil. O ministro não se aprofundou em divergências sobre a análise da taxa de juros, mas sublinhou que sua função é resolver o problema de forma técnica.
Em relação à última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), Haddad enfatizou que a medida foi unânime, mesmo com a maioria dos diretores sendo indicados pelo governo anterior. Ele reforçou que o Banco Central tomou uma decisão firme para controlar a inflação, diante de uma situação econômica desafiadora. Por fim, Haddad mencionou que o único momento em que comentou uma decisão do Copom foi quando um anúncio inesperado gerou confusão no mercado, ressaltando que o compromisso do BC é com a estabilidade econômica do país.