O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a relação entre o mercado financeiro e os valores democráticos, destacando que o modelo de negócios desse setor é orientado unicamente para a valorização do dinheiro. Em entrevista, Haddad afirmou que o mercado, ao operar, busca apenas aumentar o valor do capital investido, sem se preocupar com questões como a democracia ou a redução da pobreza. Ele observou que, em ambientes como a Faria Lima, o foco é o retorno financeiro, com uma visão pragmática voltada para resultados financeiros, sem considerar as implicações sociais ou políticas.
Haddad fez uma distinção entre as pessoas que atuam no mercado financeiro e o próprio sistema financeiro, enfatizando que os profissionais que trabalham nas mesas de operação estão comprometidos em entregar resultados aos investidores, independentemente dos contextos políticos e sociais. Para o ministro, o dinheiro, quando colocado em fundos de investimento, adquire uma “autonomia”, agindo apenas para se valorizar. Ele explicou que, ao entrar no mercado, as decisões financeiras não se baseiam em valores como a democracia, mas sim na maximização do lucro.
Além disso, o ministro destacou a realidade econômica global, mencionando que, apesar de algumas melhorias nos indicadores econômicos, o cenário externo continua desafiador, especialmente com os altos juros nos Estados Unidos. Haddad afirmou que, apesar de reconhecer as melhorias nos dados econômicos, a situação internacional exige cautela e não há espaço para despreocupação, já que as tensões globais podem afetar a estabilidade financeira no Brasil.