A ministra Maria Elizabeth Rocha, que assumirá a presidência do Superior Tribunal Militar (STM) em março, expressou críticas às escolhas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Poder Judiciário, destacando a frustração com a falta de representatividade feminina nas nomeações. Ela lamentou que o presidente não tenha cumprido as promessas feitas às mulheres, e que a inclusão de magistradas no Judiciário permanece estagnada. Como única mulher a integrar o STM desde sua criação, Maria Elizabeth ressaltou o descontentamento entre as colegas em relação à ausência de avanços para as mulheres na justiça.
Além disso, a ministra comentou a atual composição do Supremo Tribunal Federal (STF), que conta com apenas uma mulher entre os 11 membros. A aposentadoria de Rosa Weber, em setembro de 2023, deixou a ministra Cármen Lúcia como a única representante feminina na corte. A escolha de Flávio Dino para suceder Rosa Weber gerou críticas, especialmente por movimentos sociais que defendiam a nomeação de uma mulher negra para o cargo. Essa situação reflete, segundo Maria Elizabeth, uma falha estrutural de inclusão no Judiciário.
Para a ministra, o Judiciário ainda é dominado por um perfil de magistrados majoritariamente homens, brancos, heterossexuais e de classe média. Ela afirmou que há uma falsa percepção de inclusão, quando, na realidade, as mulheres e outras minorias continuam sendo excluídas das decisões importantes. Maria Elizabeth se posiciona como defensora das vozes marginalizadas e destaca que, apesar de sua posição isolada no STM, seu trabalho é também uma luta pela inclusão e igualdade no Judiciário brasileiro.