A ministra Maria Elizabeth Rocha, que assumirá a presidência do Superior Tribunal Militar (STM) em março de 2025, expressou sua insatisfação com as nomeações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Judiciário, especialmente no que diz respeito à representatividade feminina. Ela destacou que as escolhas do presidente não atendem às expectativas de avanço na inclusão de mulheres, apontando que o atual cenário é frustrante e decepcionante. Maria Elizabeth, única mulher no STM desde sua criação, enfatizou que as magistradas têm demonstrado descontentamento com a falta de progresso em relação à presença feminina no Judiciário.
A crítica se estende também à composição do Supremo Tribunal Federal (STF), onde, após a aposentadoria de Rosa Weber em 2023, a ministra Cármen Lúcia é a única mulher entre os onze integrantes da Corte. Maria Elizabeth lamentou que, em relação às próximas nomeações para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), há grande expectativa de que sejam feitos apenas nomes masculinos. Ela espera que o presidente Lula possa surpreender e nomear uma mulher, especialmente após a escolha de Flávio Dino para o STF, que gerou controvérsias por não atender aos pedidos de movimentos sociais que defendiam uma mulher negra para a vaga.
A ministra também abordou a exclusão estrutural das mulheres no Judiciário, considerando que a presença feminina ainda é uma falsa percepção da realidade. Ela defendeu não apenas a inclusão das mulheres, mas também a representatividade das minorias, afirmando que a sociedade e o Judiciário ainda são predominantemente compostos por homens, brancos, heterossexuais e de classe média, o que limita a diversidade de vozes na justiça.