O Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) foi acionado pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e uma representante religiosa para recomendar ao governo e à prefeitura de Salvador que não contratem a cantora Claudia Leitte para apresentações artísticas. A solicitação baseia-se no art. 4º do decreto Nº 10.932, que proíbe a promoção de intolerância religiosa em eventos. O protocolo é a segunda denúncia do Idafro, que destaca a importância de combater práticas que envolvam discriminação religiosa.
A investigação teve início após a alteração da letra da música “Caranguejo” pela cantora, em que a referência à orixá Yemanjá foi substituída por uma alusão a uma figura religiosa cristã, gerando controvérsias no contexto das religiões afro-brasileiras. O MPBA abriu um inquérito civil para apurar possíveis práticas de racismo religioso, além de ter agendado uma audiência pública sobre o tema. A cantora recebeu um prazo de 15 dias para se manifestar a respeito do ocorrido.
Em coletiva de imprensa realizada no final de dezembro, a cantora declarou que considera o racismo uma pauta importante e séria, destacando a necessidade de tratá-la com respeito e profundidade. Reafirmou seu compromisso com os valores de respeito e solidariedade, evitando tratar o tema de forma superficial ou pública. A situação gerou repercussão e segue sendo analisada pelas autoridades competentes.