O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), será alvo de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF). Localizado no Parque Tecnológico de São José dos Campos, o centro é responsável por monitorar eventos climáticos extremos e emitir alertas para desastres, como enxurradas e deslizamentos de terra, em 1.133 municípios brasileiros. A apuração do MPF aponta que a estrutura do Cemaden enfrenta sérias limitações, como a falta de profissionais e equipamentos necessários para seu funcionamento adequado.
Em 2013, o Cemaden estimava que seriam necessários 180 servidores para dar conta do monitoramento de 821 cidades, mas atualmente o centro conta com apenas 92 profissionais, o que compromete a qualidade e a abrangência dos alertas. A procuradora responsável pela ação, Ana Carolina Haliuc Bragança, destacou que a fragilização do órgão coloca em risco a segurança da população e pode levar à violação de direitos fundamentais, como o direito à vida e à saúde. Além disso, os limites orçamentários impactam a manutenção de equipamentos essenciais, como radares e pluviômetros.
Em resposta, o MCTI informou que, em 2024, destinou R$ 50 milhões para a ampliação do monitoramento e alertas de desastres. A pasta também mencionou a abertura de concursos públicos para a contratação de servidores e esforços contínuos para garantir os recursos e a força de trabalho necessários para melhorar o monitoramento e ampliar a cobertura para mais municípios. A situação do Cemaden, portanto, segue sendo acompanhada, com a expectativa de uma solução para os problemas enfrentados pelo centro.