O Ministério Público de São Paulo revelou um esquema de gerenciamento de serviços de saúde para integrantes de uma facção criminosa, realizado por advogados conhecidos como “gravatas” do grupo. O plano de saúde era destinado a membros graduados da organização, que estavam presos em unidades como a Penitenciária II de Presidente Venceslau e o Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes. O sistema envolvia o agendamento de atendimentos médicos e odontológicos, com pagamentos sendo feitos diretamente aos profissionais ou clínicas vinculadas, com a intermediação financeira do próprio grupo criminoso.
Entre os denunciados estão advogados e membros de uma ONG que, segundo o MP, era usada para divulgar alegações falsas sobre abusos e violações de direitos em presídios. O Ministério Público também detalhou como a organização criminosa utilizava o lucro do tráfico de drogas para financiar atendimentos médicos, incluindo serviços estéticos e cirúrgicos, para os presos. Os advogados envolvidos no esquema usavam códigos e codinomes para ocultar suas identidades e a verdadeira natureza de suas atividades.
O esquema envolvia principalmente a organização de consultas e o pagamento dos serviços médicos, enquanto os advogados assumiam o papel de membros ativos da facção, enquanto os médicos e dentistas atuavam apenas como prestadores de serviços. A investigação destaca a conexão entre os advogados e o grupo criminoso, reforçando a complexidade do uso de sistemas legais e de saúde para beneficiar membros de facções, sem que isso fosse amplamente identificado pela sociedade.