O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil deflagraram, nesta terça-feira (14), uma operação para cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra advogados e líderes de uma ONG investigada por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação aponta que os advogados seriam responsáveis por organizar procedimentos estéticos para membros da alta cúpula da facção, além de mediar ações ilícitas. A ONG Pacto Social & Carcerário São Paulo, criada com suposto apoio da facção, teria atuado também para realizar falsas denúncias em favor do grupo criminoso.
A operação, batizada de “Scream Fake”, faz referência à participação da ONG em um documentário sobre o sistema carcerário. Os mandados foram cumpridos em diversas cidades de São Paulo e no Paraná, e resultaram na prisão de oito pessoas nas ruas e quatro detentos do sistema carcerário. Além das prisões, a ONG teve suas atividades suspensas e seus perfis nas redes sociais removidos por ordem judicial. O material apreendido nas investigações revela uma organização estruturada, com setores dedicados à saúde, assistências jurídicas e à promoção de ações legais para desestabilizar o sistema judicial.
As investigações começaram há três anos após a apreensão de materiais que indicavam o envolvimento de advogados e médicos com a facção. O PCC, por meio desses setores, gerenciava desde a assistência jurídica até intervenções médicas, muitas delas realizadas sem o conhecimento dos profissionais de saúde. A ONG, conforme apurado, estaria funcionando como uma voz legítima em nome das lideranças do PCC, o que levou à intervenção das autoridades no caso.