O Ministério Público do Peru pediu que a presidente apresentasse, até sexta-feira (17), documentos relacionados ao seu estado de saúde durante o período de 28 de junho a 9 de julho de 2023, quando passou por uma intervenção cirúrgica. A solicitação inclui a apresentação de 91 normas assinadas pela presidente nesse intervalo, além de informações sobre as condições médicas que teriam justificado a operação. A investigação foi aberta para apurar possível omissão de deveres, especificamente a não comunicação ao Congresso sobre sua ausência temporária do cargo durante esse período.
A defesa de Boluarte, por meio de seu advogado, argumentou que a custódia dos documentos solicitados não é de responsabilidade dela, mas sim dos setores que originaram as normas no Gabinete Presidencial. Quanto às questões relacionadas ao histórico médico, a defesa esclareceu que os documentos fornecidos à Procuradoria foram limitados às informações pertinentes à investigação, sem revelar todos os detalhes do quadro de saúde da presidente.
A investigação visa esclarecer se houve falha no dever de comunicação com o Congresso e se a presidente se ausentou do cargo de forma indevida. A presidente, por sua vez, tem negado qualquer omissão, afirmando que esteve plenamente consciente e cumprindo suas funções durante todo o período em questão. Ela também destacou que não existe obrigação legal ou política de informar sobre sua condição de saúde ao Congresso, uma vez que não há nenhuma exigência legal nesse sentido.