O Ministério Público de São Paulo revelou uma investigação sobre o envolvimento de advogados de uma facção criminosa no gerenciamento de um esquema de saúde para membros da organização. Os profissionais da área jurídica coordenavam o agendamento de atendimentos médicos e odontológicos para presos de alta hierarquia em unidades prisionais do estado, realizando pagamentos diretamente a clínicas e médicos envolvidos, com o apoio do setor financeiro da facção. A denúncia inclui acusação contra advogados e responsáveis por uma ONG que disseminava informações falsas sobre abusos no sistema prisional.
A Promotoria descreveu como o lucro do tráfico de drogas financiava uma rede de atendimentos médicos e estéticos para os detentos, incluindo intervenções cirúrgicas e procedimentos odontológicos. Os advogados usavam códigos e codinomes para ocultar suas identidades e garantir a continuidade do esquema, operando como membros efetivos da organização criminosa, ao contrário dos médicos e dentistas, que atuavam apenas como prestadores de serviço.
Em um detalhado relatório de 179 páginas, o Ministério Público detalhou como o plano de saúde desenvolvido pelos advogados beneficiava líderes da facção. A investigação também revelou que a ONG envolvida ajudava a propagar falsas alegações sobre violações de direitos humanos nas unidades prisionais, direcionadas principalmente a membros da organização criminosa. A operação culminou em denúncias contra os responsáveis por esses atos ilícitos, incluindo advogados e figuras chave no esquema.