O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou uma cartilha informativa sobre o nitazeno, uma substância química que, embora tenha surgido na década de 1950, tem ganhado maior destaque nos últimos anos, especialmente após a pandemia. Inicialmente desenvolvido como analgésico, o nitazeno nunca foi comercializado devido ao alto potencial de vício, mas tem sido cada vez mais encontrado em misturas de opioides, sendo considerado até 20 vezes mais forte que o fentanil, substância já conhecida por seu efeito devastador.
A droga é sintética, ou seja, fabricada artificialmente, e pode ser consumida de diversas formas, como via vaporização, intravenosa, sublingual ou intranasal. Sua alta versatilidade permite que o nitazeno seja misturado com outras substâncias, o que pode gerar consumo não intencional. Embora o consumo esteja mais concentrado em regiões da Europa e América do Norte, dados recentes mostram que o Brasil já registra apreensões significativas da droga, com a Polícia Civil de São Paulo detectando nitazeno em 98,5% das amostras de opioides apreendidas entre 2022 e 2023.
Entre os efeitos no organismo, destacam-se tontura, náusea, desorientação, convulsões e risco de parada cardíaca. Além disso, o uso do nitazeno pode causar sérios danos ao sistema nervoso central e respiratório, aumentando as chances de dependência e vício. A cartilha do MJSP, em parceria com a ONU, visa alertar a população sobre os perigos dessa substância e preparar o país para possíveis desafios relacionados ao seu aumento no mercado ilícito.