Lucas Laghi, head de mineração e siderurgia da XP, comentou sobre a atual situação do minério de ferro no programa Morning Call da XP nesta sexta-feira (10). Segundo Laghi, o consumo da commodity na China continua muito baixo, impactando empresas exportadoras, como a Vale. A China, maior consumidora mundial de minério de ferro, viu uma queda significativa na demanda nos setores de mercado imobiliário e infraestrutura, que são os principais consumidores desse insumo. Os novos lançamentos imobiliários, que concentram o uso de aço, caíram 60% em comparação com o período pré-pandemia, o que aumenta a preocupação sobre a dinâmica futura da receita e pressiona os preços do minério.
O analista avalia que os preços atuais do minério de ferro, entre US$ 110 a US$ 120 por tonelada, não refletem a realidade do mercado. Ele acredita que o valor adequado para a commodity seria entre US$ 95 a US$ 100, com a possibilidade de uma queda adicional até US$ 90 por tonelada. Apesar da recomendação neutra para as ações da Vale, desde que a XP alterou sua recomendação devido ao cenário incerto na China, as ações da mineradora caíram cerca de 15%. No entanto, Laghi destaca que ainda há pouco espaço para uma nova queda significativa nos preços do minério de ferro.
Embora o cenário para a Vale seja desafiador, Laghi ressalta que as ações da mineradora estão sendo negociadas com um grande desconto em relação aos preços à vista do minério de ferro atualmente. O analista manteve seu ceticismo quanto à continuidade do preço elevado do minério, destacando que um valor entre US$ 85 a US$ 90 seria um patamar razoável para o mercado da commodity.