O mercado de minério de ferro iniciou o ano com preços sem grande entusiasmo, mas as perspectivas de novas medidas de estímulo na China ajudaram a sustentar os valores em torno de US$ 100 por tonelada, de acordo com análise do Bradesco BBI. O banco observa que o superávit comercial da China, registrado em seu nível mais alto desde fevereiro, também ajudou a manter as expectativas positivas, embora a utilização de altos-fornos no país tenha caído pela oitava semana consecutiva, com os estoques de aço e minério de ferro subindo nas últimas semanas.
Em relação aos preços do aço, o Bradesco BBI aponta que no Brasil houve sucesso nos aumentos de preços de aço plano, entre 5% e 8%, enquanto os preços do aço longo permaneceram estáveis devido à grande disponibilidade de material importado. Fora da China, a pressão nos preços do minério de ferro foi visível, com os preços nos EUA caindo US$ 20 por tonelada, devido à redução no preço da sucata. No entanto, o BBI mantém sua recomendação de compra para as ações da Vale, indicando uma visão otimista em relação ao desempenho da empresa no mercado global.
O Morgan Stanley, por sua vez, prevê que os preços do minério de ferro deverão se manter acima de US$ 100 por tonelada em 2025, devido a um leve crescimento na demanda global e à pressão de oferta proveniente de novos projetos, como o da mina de Simandou, na Guiné. O banco estima um crescimento modesto na demanda global, mas ressalta que a expansão da mina pode exercer pressão sobre os preços no médio prazo, com uma possível queda no segundo semestre de 2025. A entrada em operação de Simandou em 2026 poderia resultar em um aumento nos excedentes e em uma nova queda nos preços do minério de ferro.