O estudo publicado na revista científica Acta Astronautica alerta para o impacto da microgravidade na mobilidade e vitalidade dos espermatozoides humanos. Pesquisadores da Universidade Técnica da Catalunha e do Hospital Universitário Dexeus, na Espanha, investigaram como o ambiente de microgravidade, simulado por voos parabólicos, influencia o comportamento dos espermatozoides. Os resultados mostraram uma redução significativa na velocidade e na vitalidade das células reprodutivas, indicando dificuldades na fertilização em ambientes espaciais.
A pesquisa revelou que a microgravidade pode desorientar os espermatozoides, dificultando sua função reprodutiva. As amostras analisadas em voos parabólicos, que simulam a gravidade reduzida sem sair da Terra, mostraram uma diminuição tanto na mobilidade quanto na eficiência das células. A alteração nos processos químicos que mantêm a saúde dos espermatozoides pode ser a causa dessa desorientação. Embora o estudo tenha sido limitado a um número reduzido de amostras, os cientistas ressaltam a necessidade de mais pesquisas para entender melhor os efeitos da microgravidade sobre a reprodução humana no espaço.
Além disso, outros estudos estão sendo realizados para avaliar o impacto da microgravidade em gametas de diferentes espécies. Um experimento atual enviado para a Estação Espacial Internacional (ISS) envolve esperma de camundongos, com o objetivo de testar sua capacidade de fertilização após retornar do espaço. Os resultados dessas pesquisas serão fundamentais para determinar os desafios biológicos que a humanidade enfrentaria ao tentar se reproduzir em ambientes fora da Terra, considerando as mudanças nas condições gravitacionais.
