A Meta oficializou uma nova política de moderação de conteúdo para suas redes sociais em português, que inclui a flexibilização de restrições em temas como preconceito e desinformação. A mudança permite a publicação de conteúdos considerados preconceituosos, como associar homossexuais e transgêneros a termos pejorativos, desde que em contexto satírico. Além disso, a nova política elimina restrições sobre declarações que defendem a superioridade de gênero ou religião e sobre alegações de doenças mentais relacionadas ao gênero. O documento também libera ataques a grupos ou indivíduos, como afirmações de que espalham o coronavírus, e revoga diretrizes contra linguagem excludente relacionada à imigração, homossexualidade e religião.
A decisão vem acompanhada do fim da checagem de fatos nas plataformas da Meta, uma política que havia sido instaurada há oito anos com o objetivo de combater a desinformação. Agora, a responsabilidade de corrigir informações falsas ou enganosas recai sobre os próprios usuários. Mark Zuckerberg, fundador da Meta, defendeu a medida como uma forma de voltar às raízes da liberdade de expressão. A decisão gerou repercussão negativa, com organizações e autoridades, tanto no Brasil quanto internacionalmente, manifestando preocupação sobre os impactos dessa flexibilização na segurança digital e nos direitos humanos.
No Brasil, a mudança gerou protestos por parte de instituições como o Ministério Público Federal (MPF) e a Advocacia-Geral da União (AGU), que questionaram a eficácia e a adequação da nova política. A deputada Erika Hilton também solicitou à ONU uma investigação sobre a decisão, ressaltando o risco de um ambiente online desregulado. Além disso, a medida é vista como parte de uma aproximação estratégica entre a Meta e figuras políticas de viés conservador, refletindo mudanças internas na companhia, incluindo nomeações de executivos próximos a aliados políticos.