A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), integrante do Comitê da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, criticou as novas diretrizes da Meta, que permitem associar doenças mentais a identidades de gênero e orientações sexuais. Segundo ela, a mudança representa um ataque à dignidade humana e contribui para o fortalecimento de estigmas prejudiciais, colocando em risco a luta por igualdade e respeito. A alteração das políticas de moderação de conteúdo nas plataformas Facebook, Instagram e Threads, divulgada em 7 de janeiro, permite alegações de anormalidade mental em debates sobre gênero e sexualidade.
A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) também se manifestou contra a decisão e solicitou à ONU uma investigação sobre as implicações dessa flexibilização. Ela argumentou que a mudança pode impulsionar a disseminação de fake news e aumentar a violência contra minorias, especialmente a comunidade LGBTQIA+. Hilton baseou sua solicitação em tratados internacionais de direitos humanos e defendeu que a postura da Meta contraria avanços legais e as normas sobre a proteção de minorias.
A decisão da Meta ocorre em um contexto mais amplo de empresas de tecnologia adotando posturas mais radicais, com algumas se alinhando a figuras políticas de destaque. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF) classificou, em 2023, atos ofensivos contra a comunidade LGBTQIA+ como injúria racial, e o Ministério Público Federal (MPF) busca esclarecimentos sobre os impactos das novas políticas da Meta. Especialistas alertam que essa mudança pode aumentar a propagação de desinformação e fortalecer discursos de ódio, especialmente em temas sensíveis.